sábado, 14 de agosto de 2010

Em seu princípio, haviam névoas deveras densas em sua aura, mescladas em uma penumbra instransponível, incompreensível até para os deuses. Desta forma, o destino desse homem permaneceu enigmático, não podendo ser profetizado pelos sábios, como era de costume se fazer com cada nato. Cresceu com um olhar de mistério, inspirando receios. Cresceu desconhecido, rodeado de mitos.
Era indubitavelmente persuasor, irresistível e, por isso, os que dele se aproximavam, o faziam com cautela e desconfiança, temerosos de serem instigados e dominados. Entretanto, toda prudência de que se faziam valer, era em vão.
Os que o conheciam tinham apenas uma pequena ideia da extensão de seu poder. Nem ele próprio sabia ainda, quem era e do que poderia ser capaz.
Quando criança, absorvia conhecimentos de forma singularmente rápida. Conforme o passar do tempo, foi tornando-se adulto digno, e o conceito de ‘nocivo’ que lhe era atribuído, enfraqueceu e foi esquecido, embora ainda inspirasse cuidados e temores, pois não deixara de ser sibilino.
Carregava dentro de si a contradição, fazendo cair aqueles que eram julgados infalíveis. Mais e mais, passou a ser requisitado para encontrar soluções de problemas impossíveis, ofício no qual jamais fracassava.
Os deuses, em Nede, questionavam-se sobre como deveriam agir, sobre ele. Obviamente, era um humano, e fora criado por eles, sendo assim sua magnitude os enaltecia: embora não compreendessem como, haviam criado um humano tão poderoso quanto um semi-deus.
Eles sabiam, porém, que uma criatura forte assim, poderia tentar ameaçá-los. Sabiam que era apenas uma questão de tempo para que o homem começasse a se conhecer e a revelar suas capacidades. Finalmente, embora considerada desprezível e inofensiva, como a de qualquer outro ser humano, sua existência, sem qualquer explicação pelos deuses aceitada, passou a incomodá-los.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A Criação do Mundo

Todavia, antes dos seres supremos e nossos ancestrais criarem este mundo onde se espelharam, eles criaram seu templo, sua casa, um local onde refletiram toda a grandeza e a divindade as quais possuíam.
A Luz, dotada por nome Sophia, em um período de iluminação e após o pacto que definia a futura criação de um mundo; organizou a matéria e começou a arquitetar um lugar no espaço para sua morada. Junto de seus irmãos, Armínio da Terra, Arsênio do Fogo, Cassandra do Ar e Cora da Água; formaram um local onde habitariam e governariam o mundo dos homens, que haveria de ser criado. Esse local foi chamado de Nede.
Os servos dos deuses, criaturas deformadas e denominadas nedinianos, habitavam com suas cinco divindades supremas e os serviam.
Nesse paraíso pré-mundo, haviam vastos e densos jardins, onde os elementos coexistiam em perfeita harmonia, os locais reservados de cada deus e uma praça central, onde havia um grande salão, o Salão dos Tronos.
Todos os dias - já havia o conceito de dia - os deuses se reuniam no Salão dos Tronos para discutirem como seria o mundo que iriam criar e como deveriam ser seus filhos mortais. Não chegando a um acordo, Sophia levantou-se de seu trono resplandecente e disse:
(Sophia) - Deveríamos criar semi-deuses, que tivessem a mesma visão que nós. Eles nos ajudariam a esculpir a nossa obra prima.
(Arsênio) - Concordo convosco irmã. Que seja feito!
(Armínio, Cora e Cassandra) - Que seja feito!
Em suas majestades e divindades supremas, os quatro deuses criaram mais quatro semi-deuses, sendo que Cassandra não participou do processo de criação. Mesmo que tivesse concordado com seus irmãos, ela já havia um modelo para representarem sua glória em suas criaturas. e esse modelo não poderia ser outro que não o de criarem com suas características.
Os quatro semi-deuses foram uma mistura, sendo Sophia e Arsênio os pais de Elena e Elaine: ninfas que brilhavam sua luz ofuscante por onde passavam, não sendo possível ver sua forma original. Armínio e Cora tornaram-se pais de Dirce e Dario: Dirce herdando a esperteza da mãe e Dario a força do pai.
Com isso estava feito o Nede, a morada divinal e suprema daqueles que nos criaram.
O mundo, nosso lar, foi ser feito mil anos depois, até que chegaram a um consenso.
A criação acabou ficando nas mãos de Cassandra, que criou os homens à imagem dos deuses, para espelharem-se neles e colocou-lhes suas características, sendo a mais notável, a necessidade imprescindível de seu elemento para a vida. Os demais animais do mundo foram criados pelos outros deuses com ajuda de seus filhos semi-deuses. Assim foram criando as coisas existentes, do mesmo modo que um poeta cria um poema, que um arquiteto faz uma casa, que um imperador faz um império.
A civilização foi evoluindo ao passo que os deuses permitiam e faziam só aquilo que eles determinavam. Até que um dia, muito tempo depois, quando o mundo já havia aprendido a engatinhar; quando o Império Central havia dominado toda a forma de
vida na Terra, surgiu um homem. Esse homem mudaria o destino de toda humanidade e dos seus criadores para sempre.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Introdução

No começo eram trevas. E nas trevas havia silêncio. No silêncio havia paz...
Não havia tempo, mas foi no infinito que isso começou. As Trevas tornou-se criadora, e "deu a luz" cinco criaturas. Essas criaturas eram poderosas tanto quanto sua criadora; mas cansaram do silêncio e da paz. Elas se reuniram no mais distante infinito e selaram um pacto que colocava toda a existência e a formação do "mundo futuro" em jogo.
A primeira criatura que foi criada - se é que realmente era a primeira - na ausência do tempo tornou-se Luz. A segunda criatura tornou-se a Água. A terceira, Terra. A quarta, Ar. A quinta, Fogo.
Todas elas se mutaram e formaram o mundo como se conhece hoje. Mas o que difere ao conto dos antigos gregos, é que esses "Titãs" respeitaram sua criadora e a deram todo o Cosmos, reivindicando apenas o mundo o qual criaram: a Terra.
Nesse mundo eles também foram criadores, sob o comando da Luz. Criaram os seres humanos nos quais depositaram todo seu poder e força, toda esperança e glória. Assim, eles também passaram algo para nós - por deslize é claro - e esse algo chama-se: Sede de Poder.
Surgiu um homem dentro do Império Central, a maior civilização humana formada na Terra e a mais poderosa, que tinha um dom raro até então desconhecido para um humano; ainda que estes possuíssem estreito vínculo com os elementos e os mais sábios, até um controle parcial, ele possuía o dom da manipulação mental.
Ele entendia a maior força dos seres, que não era os elementos, mas sim a própria mente.